Cada vez mais surgem evidências de que pacientes recuperados da Covid-19 podem sofrer com sequelas cardíacas como, por exemplo, a insuficiência cardíaca e arritmia, mesmo nos casos em que o indivíduo não esteve hospitalizado e apresentou apenas sintomas leves. 

Como já se sabe, a Covid-19 não é responsável apenas pela síndrome respiratória aguda grave, podendo também desencadear problemas em órgãos como rins, intestino e, principalmente, o coração. 

Depois de acometidos pelo vírus, até mesmo pacientes que antes não apresentavam adversidades no coração ou fatores de risco para doenças cardiovasculares, podem desenvolver sequelas cardíacas em um período posterior ao contágio.

Entre as complicações cardiovasculares apresentadas com mais frequências em pacientes após a Covid-19 estão a insuficiência cardíaca, a lesão miocárdica, arritmias e miocardite. 

Diante desse cenário, torna-se cada vez mais necessário que médicos e profissionais da área da saúde estejam preparados para prestar um atendimento correto em casos de emergências cardíacas para assistir com eficiência os pacientes e salvando vidas. 

Continue a leitura desse artigo e saiba mais sobre as principais sequelas cardíacas causadas pela Covid-19 e descubra quais medidas podem ser adotadas pelos médicos para garantir um tratamento e uma recuperação adequada e segura ao paciente. 

Coração X Covid-19

Diversas pesquisas têm sido realizadas com o intuito de compreender as sequelas pós-Covid no organismo humano e, à medida que os estudos evoluem, cada vez mais surgem dados que revelam que indivíduos que foram infectados sofreram danos no coração. 

A Covid-19 se mostrou como um fator que pode tanto piorar uma doença cardíaca preexistente como também ser o gatilho para o surgimento de uma enfermidade no coração, em cerca de 12% dos pacientes. 

As complicações cardiovasculares evidenciadas nos pacientes com Covid-19 resultam de vários mecanismos, que vão desde lesão direta pelo vírus até complicações secundárias à resposta inflamatória e trombótica desencadeada pela infecção. 

E essas sequelas cardíacas pós-Covid ocorrem mesmo em pacientes com ausência de problemas no coração ou com fatores de risco, como diabetes, hipertensão, colesterol, tabagismo, obesidade, sedentarismo, entre outros.

Isso porque o vírus Sars-CoV-2, responsável pela pandemia atual, pode afetar o músculo cardíaco de diversas formas:

– O patógeno pode se alojar e devastar as células do órgão;

– Ao combater a inflamação, os vasos sanguíneos reagem com força e vigor, correndo o risco de destruir tecidos saudáveis do coração e, desta forma, prejudicar o seu funcionamento;

– Pela redução na concentração de oxigênio gerada pela disfunção dos pulmões, pela liberação de citocinas na corrente sanguínea e por isquemia, devido à formação de coágulos na microcirculação;

– pela febre e a infecção motivadas pela Covid-19 que promovem a aceleração dos batimentos e alteram a pressão arterial, causando mais estresse ao órgão.

Sendo assim, o cuidado adequado ao paciente após a Covid-19 exige atenção ao sistema cardiovascular, e é importante que médicos e profissionais da saúde estejam cientes sobre as principais sequelas cardíacas pós-Covid em busca de melhores desfechos.

Sequelas cardíacas pós-Covid 

A sequela cardíaca pós-Covid que tem sido identificada com mais frequência em indivíduos recuperados da doença é a miocardite, uma inflamação do músculo cardíaco, presente nas formas mais severas da infecção, que pode levar ao desenvolvimento de problemas de coração mais tarde, como a insuficiência cardíaca.

Em uma pesquisa realizada pela revista científica JAMA Cardiology revelou que, em ressonâncias magnéticas de indivíduos que tinham se recuperado da Covid-19, foram encontradas alterações no coração em 78% dos casos (60% apresentavam inflamação do miocárdio). 

Este mesmo estudo registrou elevados níveis de troponina em 76% das pessoas envolvidas no estudo.

Outra pesquisa, publicada no European Heart Journal, registrou que, pelo menos um mês após os pacientes receberem alta, cerca de 50% dos doentes que foram hospitalizados com sintomas severos do Coronavírus e que demonstraram níveis elevados de troponina tinham danos no coração, como miocardite, infarto, isquemia ou uma combinação dos três.

Outros dados e estatísticas continuam sendo divulgados por diversas instituições renomadas no campo da saúde e que são importantes para o conhecimento de médicos e demais profissionais da área:

– Os estudos que se utilizaram de ecocardiografia para avaliação cardíaca mostraram, entre outras alterações, redução da fração de ejeção, derrame pericárdico e hipertensão pulmonar em até 16% dos pacientes.

– Mudanças vistas no eletrocardiograma ocorreram em até 27% e contemplavam alterações na onda T, segmento ST, bloqueio do ramo direito e taquicardia sinusal. Enzimas cardíacas aumentadas (Troponina) foram detectadas em até 20% dos casos e os níveis de NT-pro-BNP aumentaram em até 23% dos pacientes.

É importante ressaltar que muitos estudos ainda estão sendo realizados para compreender melhor os reais impactos que a Covid-19 pode causar no paciente ao longo do tempo, mesmo após a cura. 

Porém, esses estudos iniciais são relevantes para que, desde já, o tratamento e acompanhamento médico sejam realizados de forma adequada para que mais vidas sejam salvas. 

A importância do atendimento médico de qualidade 

Ainda não é possível concluir se esses abalos na saúde serão permanentes e se a lista de sequelas cardíacas pós-Covid, tende a ser mais longa do que já foi revelado. 

Mas, o fato é que, com a volta de uma rotina normal de vida, é essencial que todos estejam em alerta para a possibilidade do aumento de eventos cardiovasculares nos próximos meses ou anos. 

Portanto, além das campanhas de conscientização sobre a prevenção de doenças cardiovasculares, é fundamental que um número cada vez maior de pessoas estejam aptas a atender emergências cardíacas. 

Por compreender a importância de aprimorar os conhecimentos técnicos de médicos e profissionais da saúde, a Active oferece cursos credenciados pela American Heart Association (AHA) como, por exemplo,  o ACLS (Advanced Cardiac Life Support). 

O ACLS é um treinamento para parada cardiorrespiratória, urgência e emergência cardiovasculares e suporte avançado à vida, que tem como objetivo desenvolver as habilidades necessárias para atender casos de emergência, como arritmia, infarto agudo do miocárdio e acidentes vasculares cerebrais.  

Com o provável aumento dos casos de atendimento de emergência cardiovascular, é fundamental que médicos e profissionais da saúde saibam tratar com rapidez os pacientes. 

Conclusão 

De acordo com as pesquisas realizadas até o momento, é possível concluir que a infecção pelo SARS-Cov-2 podem associar-se à sequelas cardíacas, clínicas ou subclínicas que incluem miocardite, pericardite, infarto do miocárdio, arritmias e hipertensão pulmonar. 

Cronologicamente, as sequelas pós-Covid que ocorrem nos primeiros três meses tendem a ser mais graves do que aquelas ocorrendo após esse período. 

À medida que os estudos seguem avançando, se tornará mais fácil obter diagnósticos mais acertados e determinar quais recomendações seguir acerca dos casos de sequelas cardíacas em doentes recuperados de Covid-19. 

Porém, até que esse avanço seja conquistado, é de suma importância que a classe médica acompanhe frequentemente os últimos resultados dos estudos e que busquem por uma capacitação de qualidade para garantir um atendimento rápido e eficaz aos pacientes em casos de emergências cardíacas. 

No site da Active, você encontra mais informações sobre os principais e mais importantes treinamentos em emergências cardiovasculares e, certamente, encontrará a capacitação mais indicada para você. 

Aprimorar técnicas e estar em constante atualização de conhecimentos são os principais pilares para melhorar o atendimento prestado ao paciente e aumentar suas chances de vida. 

Por isso, se você gosta de estar sempre bem informado sobre os principais temas relacionados à saúde, continue acompanhando nosso blog!